sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Projeto na Suíça visa aumentar segurança para prostituição

Em uma área calma numa zona industrial de Zurique na Suíça, foi finalizado o projeto de um complexo onde prostitutas poderão trabalhar, acompanhado de uma nova política pública para tornar a prostituição mais segura. As mulheres terão pontos específicos onde esperar os clientes que os levarão em seguida para cabines. Ambos os pontos possuem alarmes que poderão ser acionados caso a mulher se sinta ameaçada.

O lugar pretende dar a essas mulheres a proteção que faltava. De acordo o advogado Valentin Landmann, o projeto permite que as prostitutas deixem de ser levadas para lixões e estacionamentos escuros e não fiquem à mercê dos clientes. A partir da inauguração do projeto, as prostitutas não poderão mais ser pegas em qualquer lugar da cidade e poderão trabalhar somente no complexo onde haverá também guardas para as protegerem. Até então, apesar de a indústria do sexo ser legal na Suíça, essas mulheres, que em maior parte vêm do leste europeu em situação de pobreza e vulnerabilidade, corriam riscos desamparadas pelas ruas da cidade.

As cabines sinalizadas com iluminação. BBC 
Segundo a reportagem do Opera Mundi:
"Os clientes não precisam se preocupar com a questão da privacidade, pois não haverá presença de câmeras de segurança, Já as prostitutas terão de trabalhar com um registro da prefeitura e das autoridades sanitárias, além de pagar uma pequena taxa – mas terão garantias como policiamento local efetivo, um botão automático para acionar qualquer emergência e a presença de assistentes sociais treinados."
Os objetivos principais dessa medida é assegurar a segurança das prostitutas, diminuir os transtornos causados pela atividade na rua, diminuir problemas de segurança, higiene pública e a proximidade com tráfico de drogas.

Moradores acompanharam o dia de inauguração das cabines.  Agência Efe

Para saber mais:

Zurique constrói complexo para prostitutas

Cidade suíça inaugura "drive-in" para aumentar segurança de prostitutas

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Novos rumos para edifício abandonado no centro de São Paulo

Vista do edifício São Manuel. Douglas Nascimento/São Paulo Antiga
O "laboratório social" como vem sendo chamado o edifício São Manuel construído em 1939,  está sendo ocupado por 170 famílias desde 2012.  O prédio que de acordo com o cineasta Manuel Moruzzi  era um “latifúndio improdutivo” vazio, com donos devedores do governo agora abriga estudantes de arquitetura, haitianos, sem-teto, evangélicos, garotas de programa e intelectuais da USP, morando com dignidade e perto do trabalho.

O edifício possui creche, sala de cinema, biblioteca, cozinha coletiva, portaria 24 horas e ainda está sendo montado no último andar, um escritório do "Coletivo Chão", formado por doutorandos e ex-alunos de arquitetura.

A participação na limpeza dos andares e na cozinha coletiva é obrigatória, e para manter a creche no segundo andar, são pagos 120 reais a duas  moradoras da ocupação. 160 reais por mês e duas horas em atividades coletivas por dia é o que gasta o morador. A missão é criar um condomínio autossustentável e forçar o governo a transformar em moradia popular o prédio que foi fechado pelos donos em 2009.

Vista de esquina do edifício São Manuel. Douglas Nascimento/São Paulo Antiga
De acordo com Luiz Fernando Janot em seu texto “A esquizofrenia do poder” esses edifícios abandonados são reflexo da falta de planejamento consciente e de longo prazo.
“O interesse do mercado em criar novas centralidades, através da oferta de edifícios corporativos e de shoppings centers, tem contribuído para o abandono de importantes prédios do centro histórico e para a degradação dos espaços públicos no seu entorno. Por que seguir o exemplo de São Paulo, que esvaziou o velho centro ao implantar, sucessivamente, novas centralidades? Por que ao invés disso não incentivar a requalificação espacial e tecnológica dos belíssimos edifícios de escritórios existentes nas áreas centrais, como está sendo feito atualmente com o Empire State em Nova York?”
O plano para o edifício São Manuel traz uma alternativa para a questão dos prédios abandonados, resolve problemas sociais como o da habitação e por fim nos leva a pensar uma nova maneira de morar, de se relacionar e viver em sociedade.


Para saber mais:

Prédio autossustentável é moradia de 170 famílias

“A esquizofrenia do poder” de Luiz Fernando Janot:

Edifício São Manoel


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Relato de Descaso com as Ruas e Calçadas em Poços de Caldas

Por Andrew S. Caetano

Como morador do bairro Jardim Kennedy I em Poços de Caldas, vejo diariamente ruas esburacadas, calçadas em péssimo estado e vários outros problemas. Em sua grande maioria por consequência de um trabalho mal feito ou simplesmente porque esses serviços não chegam nas áreas mais pobres da cidade. Isso é uma realidade que vem nos acompanhando há tempos. O governo só se importa com a burguesia; não dá espaço aos pobres; não dá voz ao povo.
Ruas e calçadas que deviam estar em ótimo estado já que pagamos impostos altíssimos não estão e não temos ao menos ruas decentes. Ruas onde transitam muitas pessoas estão totalmente sem segurança.


Muitas vezes vemos calçadas ocupadas por entulho e materiais de construção (areia, terra, tijolos, etc) isso, quando não estão totalmente esburacadas.


Infelizmente, esse vem sendo um cenário comum para nós, moradores da zona sul da cidade. Normalmente este cenário vêm acompanhados de duas palavras, que também são muito presentes: pobreza e desigualdade. Pessoas humildes que lutam para ter o que comer não tem condições de fazer essa reforma.


Isso também acontece com terrenos abandonados onde o entulho e o lixo tomam conta da calçada.


Mas você não só pode, como deve reclamar! Como? A obrigação de fazer a calçada é do dono do terreno e quem fiscaliza se existem calçadas e se estão em bom estado é a prefeitura (que representa o poder executivo na cidade) e se essa fiscalização não acontece, é necessário pedir esclarecimentos levando essa reclamação até a Câmara Municipal (representante do poder legislativo municipal) para que os vereadores peçam esclarecimentos à prefeitura sobre a fiscalização das calçadas. Uma boa forma de fazer isso é com um abaixo-assinado que permite que você mostre a indignação popular.

É necessário correr atrás de mudanças! Participem das reuniões na Câmara Municipal. Defenda o seu povo, suas ideias, seus princípios!

A Câmara Municipal está localizada na rua Junqueiras, Nº 454, centro. Telefone: (35) 3729-3800
Toda terça-feira tem reunião ordinária (onde são votadas as leis e propostas), às 15h. Se você estiver com algum pedido de esclarecimentos ou com alguma proposta, é uma boa hora para achar todos os vereadores presentes.

Mais informações: http://www.pocosdecaldas.mg.leg.br/

Crédito das fotografias: Andrew S. Caetano

Andrew S. Caetano
andrewsilvacaetano@hotmail.com

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Triptyque adapta edifício histórico em centro cultural.

Edifício da antiga subestação que se transformará em residência artística e centro cultural. Eduardo Knapp/Folhapress

O escritório de arquitetura e urbanismo Triptyque transformará em outubro o edifício de uma antiga subestação transformadora de energia em um centro cultural em São Paulo. O edifício que pertencente à Red Bull dará lugar à musica, às artes plásticas além de residência para artistas brasileiros e estrangeiros.

Apenas a fachada do edifício é tombada e deverá ser conservada no projeto de reforma e requalificação feito pelo escritório, no entanto eles optaram por conservar também grande parte do interior, aproveitando para mostrar a história do edifício aos futuros visitantes. O projeto também conta com uma intervenção contemporânea: uma cobertura externa em formato de folha, criando um novo ambiente com vista para cidade.

De acordo com a presidente do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), Nadia Somekh, o projeto “trata de forma contemporânea o patrimônio, preservando a história e ao mesmo tempo dando espaço para um uso atual”.

As imagens do projeto ainda não foram divulgadas. Em breve publicaremos fotos desse trabalho que salva mais uma edificação de tanto valor histórico para cidade através da requalificação e do uso adequado.


Para saber mais:

Triptyque
http://triptyqueblog.blogspot.com.br/

Triptyque transforma prédio da Light em espaço cultural, no centro de São Paulo
http://www.arcoweb.com.br/noticias/triptyque-transforma-predio-light-centro-cultural.html

Antiga estação da Light em SP vai virar centro cultural em outubro
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1314071-antiga-estacao-da-light-em-sp-vai-virar-centro-cultural-em-outubro.shtml


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Sobre as Manifestações

Por Andrew S. Caetano

Manifestação  em frente a prefeitura de Poços de Caldas, em 20 de junho. (CC - BY SA) Sandra Ribeiro/Mídia Corrente Cultural
Atualmente um dos assuntos mais populares são as manifestações. Quem dera se essa popularidade não fosse tão distorcida pela mídia que tem alienado muito o povo o que infelizmente, já acontece a muito tempo. Pessoas mascarando o real objetivo das manifestações, apenas mostrando o que os vândalos têm feito. Vândalos que se aproveitam da situação para depredar e destruir patrimônios. Sem falar em outros que aproveitam para saquear. Mas por sorte, esses constituem uma minoria. A maioria é aquela que grita, é aquela que luta por melhores condições de vida, de transporte público, por uma reforma política... Enfim, o povo que está lá mostrando sua indignação com a atual situação do nosso país.

E tem gente que pergunta, isso tudo é só por R$0,20 centavos? Não! Essa era a gota que faltava num copo que já estava transbordando de tanta corrupção, de tanto descaso com a população que paga impostos caros e não recebe quase nada em troca. Precisamos de mudanças! Depois que aconteceram as manifestações em São Paulo, pelo passe livre, começaram a ocorrer várias outras, em vários pontos do Brasil.

 O povo acordou? Tomara! Espero que a maioria das pessoas não esteja indo só por "status" ou para tirar uma foto e colocar no "Facebook". Espero que o povo esteja indo com objetivo, com garra, com a esperança de que algum dia, tenhamos um país melhor. E o povo está agindo corretamente saindo às ruas, pois é o que temos que fazer. Sair às ruas e cobrar mudanças.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Projeto para o eixo monumental inspirado nos croquis de Burle Marx

No mês de agosto Brasília receberá um projeto paisagístico para o eixo monumental inspirado nos croquis de Burle Marx de quarenta anos antes e redesenhado pelo arquiteto Haruyoshi Ono, do escritório que leva o nome do paisagista modernista.

Eixo Monumental. Divulgação/Burle Marx

O eixo receberá, entre a rodoviária e a torre de tv,  canteiros de flores, a fonte luminosa terá pista de pedestre alargada para receber maior número de pessoas e a praça será arborizada com árvores nativas, como guariroba, buriti e acácia, já que usar a vegetação própria da região é um princípio de Burle Marx. Calçadas e ciclovias ligam os dois lados do eixo monumental que conecta os setores hoteleiros norte e sul, e espelhos d'água prometem levar mais umidade ao local deixando o ar mais agradável na época da seca, além de irrigação automática.


Comparação entre o Eixo atual e o do projeto. Divulgação/Burle Marx

O professor da UNB  Frederico Flósculo diz que o projeto não possui no entanto a marca de Burle Marx e nem a complexidade e a maturidade do seu trabalho, mas não nega que será um investimento bem vindo para a cidade. Tornar a região menos árida é um dos objetivos da intervenção, explica Ono, mas será que não vemos aí também, um desejo de pensar para o pedestre, a cidade que foi feita para ser percorrida em alta velocidade? No momento que vivemos, o mundo todo está pensando em formas ecológicas de se locomover, e agora que se atentou para a necessidade de uma cidade que não seja de passagem, mas de estar e de viver, Brasília não pode permanecer na contramão.

Ainda que o autor do projeto talvez não tenha tido tal intenção, o projeto nos leva a pensar: será possível recuperar para as pessoas uma cidade projetada para veículos? Se essa é intenção, a maior dificuldade nessa ‘caminhada’ será fazer com que a pé tenha-se acesso a serviços, comércio e instituições de forma não exaustiva na capital onde tudo é setorizado e demasiado longe.

A Torre de Tv vista do Eixo. Divulgação/Burle Marx

No entanto qualificar os espaços existentes para o uso e o lazer das pessoas, como será nesse projeto, mostrando que diversão ou descanso pode acontecer no lugar que é público, já é um grande passo rumo à humanização das cidades.


Para saber mais:

Confira o projeto paisagístico de Burle Marx para o Eixo Monumental - Lugar Certo 
http://www.lugarcerto.com.br/app/402,61/2013/07/25/interna_ultimas,47139/confira-o-projeto-paisagistico-de-burle-marx-para-o-eixo-monumental.shtml

Implantação do projeto paisagístico de Burle Marx no Eixo Monumental, em Brasília, é aprovada
http://www.piniweb.com.br/construcao/urbanismo/implantacao-do-projeto-paisagistico-de-burle-marx-no-eixo-monumental-293249-1.asp

Novacap retira 26 árvores do Eixo Monumental, em Brasília
http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/novacap-retira-26-arvores-do-eixo-monumental-em-brasilia.html