terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Parco Dora

Texto e fotografias de Vitor Villaça Campanario

Entre ruínas industriais, passarelas e grafites o verde toma conta de seu espaço e a aura pós-industrial está presente no parque urbano “Parco Dora”, na cidade italiana de Turim, lar da FIAT e várias outras empresas automobilísticas. Quinze anos após o inicio do projeto de requalificação urbana “Spina 3”o verde tem seu lugar na cidade piemontesa.



Turim foi sede da indústria automotiva italiana e chegou a ter dezenas de fábricas do ramo no seu auge. Nos anos 70 após a migração de boa parte das fábricas para países em desenvolvimento onde os custos de produção eram menores, permaneceram na cidade os processos administrativos, centros de criação e pesquisa e os milhares de metros quadrados de indústrias e grandes galpões abandonados ou subutilizados.


A saída da produção automobilística pesada não abalou a cidade, que ainda hoje abriga  indústrias de diversos ramos, centros de pesquisa, empresas, museus e uma agitada vida cultural. Hoje conta com aproximadamente 900 mil habitantes, 1,7 milhão em sua área metropolitana, milhares de universitários e turistas do mundo inteiro. No seculo XXI  a cidade do Santo Sudário teve um novo desafio, como converter seus antigos espaços industriais em locais com um uso adequado à nova realidade da cidade.



Parcerias público-privadas e convênios foram firmados e a reutilização das áreas industrias está por toda a cidade; grande parte deles ocupados pelas universidades.



Exemplos de reconversão de tais espaços não faltam. Talvez o mais emblemático dele seja o Parco Dora, parte do projeto “Spina 3” iniciado em 2000 e resultado de um plano diretor estratégico do ano 1998. A operação “Spina 3” se desenvolveu em uma areá de 1.150.000 metros quadrados e teve o masterplan desenvolvido pelo arquiteto Jean Pierre Buffi. O parque está inserido em um terreno de 450.000 metros quadrados onde antes existiam quatro grandes indústrias: Michelin, Paracchi, Savigliano e Ferriere FIAT. O parque é rodeado de forma integrada pelas outras intervenções do projeto: são torres habitacionais, um centro tecnológico, centros comerciais e uma igreja do arquiteto suíço Mario Botta.


A chamada arqueologia industrial tem grande reconhecimento na Itália, e esse projeto exprime toda poesia e beleza de como a arquitetura e urbanismo podem mudar a condição espacial e social quando aplicadas com planejamento adequado e vontade política.


No parque, os arquitetos optaram por manter parte dos galpões, criando um gigantesco espaço aberto, porém coberto, onde hoje acontecem shows, festas, jogos, encontros e uma infinidade de eventos. As ruínas em concreto e aço se mesclam aos poucos com o verde, que vai tomando seu espaço e a água trazida pelo rio Dora que corta o parque completa o quadro. Elementos verticais, antigos pilares em aço pintados de laranja predominam no espaço adjacente ao grande galpão mantendo forte a presença industrial do local. O parque é cortado por uma grande passarela, por onde passam ginastas, transeuntes e mães com seus filhos atravessando o parque para chegar em casa ou para um simples passeio de fim de semana.


No Brasil também temos bons exemplos de reconversão de edifícios industriais, como o Teatro Erotídes de Campos, em Piracicaba, projeto do escritório Brasil Arquitetura ou mesmo o SESC Pompeia, projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. Apesar dos bons exemplos, ainda temos muito a fazer, nossas cidades aguardam que seus gigantescos espaços pós-industriais recebam novo uso e novas possibilidades para aqueles que ali vivem.









quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Liverpool

Liverpool, Mário Carvão, 2015, CC-BY, Feito no GIMP.

Cena da cidade inglesa de Liverpool, mostrando a Catedral Anglicana inaugurada em 1978 no estilo neo-gótico. Com 207 metros de comprimento, é a mais longa catedral do mundo.


segunda-feira, 5 de outubro de 2015