Vista do edifício São Manuel. Douglas Nascimento/São Paulo Antiga |
O "laboratório social" como vem sendo chamado o edifício São Manuel construído em 1939, está sendo ocupado por 170 famílias desde 2012. O prédio que de acordo com o cineasta Manuel Moruzzi era um “latifúndio improdutivo” vazio, com donos devedores do governo agora abriga estudantes de arquitetura, haitianos, sem-teto, evangélicos, garotas de programa e intelectuais da USP, morando com dignidade e perto do trabalho.
O edifício possui creche, sala de cinema, biblioteca, cozinha coletiva, portaria 24 horas e ainda está sendo montado no último andar, um escritório do "Coletivo Chão", formado por doutorandos e ex-alunos de arquitetura.
A participação na limpeza dos andares e na cozinha coletiva é obrigatória, e para manter a creche no segundo andar, são pagos 120 reais a duas moradoras da ocupação. 160 reais por mês e duas horas em atividades coletivas por dia é o que gasta o morador. A missão é criar um condomínio autossustentável e forçar o governo a transformar em moradia popular o prédio que foi fechado pelos donos em 2009.
A participação na limpeza dos andares e na cozinha coletiva é obrigatória, e para manter a creche no segundo andar, são pagos 120 reais a duas moradoras da ocupação. 160 reais por mês e duas horas em atividades coletivas por dia é o que gasta o morador. A missão é criar um condomínio autossustentável e forçar o governo a transformar em moradia popular o prédio que foi fechado pelos donos em 2009.
Vista de esquina do edifício São Manuel. Douglas Nascimento/São Paulo Antiga |
De acordo com Luiz Fernando Janot em seu texto “A esquizofrenia do poder” esses edifícios abandonados são reflexo da falta de planejamento consciente e de longo prazo.
“O interesse do mercado em criar novas centralidades, através da oferta de edifícios corporativos e de shoppings centers, tem contribuído para o abandono de importantes prédios do centro histórico e para a degradação dos espaços públicos no seu entorno. Por que seguir o exemplo de São Paulo, que esvaziou o velho centro ao implantar, sucessivamente, novas centralidades? Por que ao invés disso não incentivar a requalificação espacial e tecnológica dos belíssimos edifícios de escritórios existentes nas áreas centrais, como está sendo feito atualmente com o Empire State em Nova York?”
O plano para o edifício São Manuel traz uma alternativa para a questão dos prédios abandonados, resolve problemas sociais como o da habitação e por fim nos leva a pensar uma nova maneira de morar, de se relacionar e viver em sociedade.
Para saber mais:
Prédio autossustentável é moradia de 170 famílias
“A esquizofrenia do poder” de Luiz Fernando Janot:
Edifício São Manoel
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