Por Caroline Magalhães
A Ásia está construindo cidades utópicas a partir "do zero" com a previsão de término para 2025. O projeto dessas cidades, Songdo na Coreia do Sul, e Masdar, nos Emirados Árabes, são inspiradas no conceito de "Smart City" (em inglês: "cidade inteligente") e tem-se a pretensão de que sejam modelos de cidade padrão para as próximas cidades que virão em todo o mundo. Mas a questão é: será que realmente o objetivo de 'cidades padrão' pode ser alcançado ou poderíamos nomear melhor como 'cidades teste', onde as chances da cidade não "funcionar" são consideráveis já que são aplicados modelos que nunca antes saíram do papel?
Ilustração da vista aérea de Songdo. Divulgação |
Em Songdo praticamente tudo estará conectado à internet. As garrafas de refrigerante possuirão sensores que computarão desconto nos impostos para pessoas que as jogarem no cesto de lixo. Essa e várias outras diretrizes deixam claro a ambição de induzir um comportamento nas pessoas, um comportamento mais evoluído, porém reflexo de uma sociedade que precisa ser premiada para fazer o certo. Talvez esse método supere de longe a eficácia dos programas de conscientização que temos hoje, entretanto pode ser que ele force uma mudança de pensamento ou pode ser que a revolução seja apenas superficial, e não do indivíduo.
Em Songdo, a meta é que se tenha uma cidade sem trânsito e que postes de luz possuam sensores que diminuam a intensidade da iluminação quando não tem alguém por perto. Em Masdar, painéis de energia serão colocados no topo dos prédios gerando toda a energia que a cidade precisa e carros e ônibus elétricos circularão no subsolo. Não é de se negar que os projetos das duas cidades são de encher os olhos e que gera esperança, uma vez que se percebeu que pessoas são nobres e automóveis não. Cidades de alta tecnologia e ecologicamente perfeitas: as intenções são as melhores.
Ilustração da vista aérea de Masdar. Divulgação |
Contudo sabe-se da distância que existe entre as boas intenções e o acerto dessas cidades planejadas do zero. Um exemplo no Brasil, é Brasília, que apesar de ter uma tecnologia muito inferior a das cidades modelo da ásia na época de sua construção, foi um verdadeiro símbolo de progresso, que hoje tanto decepciona. Esse é um bom momento para se discutir os prós e contras das cidades planejadas e cidades espontâneas.
Como a vivência de uma cidade criada racionalmente pode superar a das cidades espontâneas? Cidades estas que aconteceram instintivamente, aos poucos, sendo moldada pelos acontecimentos e observando a experiência de cada um dos moradores. Quanto às cidades planejadas: será mesmo possível pensar em tudo e prever tudo? Nós convidamos vocês a imaginar: quais os possíveis imprevistos que as cidades modelo da Ásia podem enfrentar? Quais surpresas poderiam surgir nesse caminho? O que mais deve ser pensado?
Para saber mais:
Reportagem da Folha de S.Paulo sobre as duas cidades
http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/07/1303359-asia-constroi-cidades-inteligentes-do-zero-ao-custo-de-us-102-bi.shtml
Site oficial de Songdo
http://www.songdo.com/
Site oficial de Masdar
http://www.masdar.ae/
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